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Leyendo el Werther, de Wilhelm Amberg, 1870.

Canto dos espíritos sobre as águas

A alma do homem

É como a água:

Do céu vem,

Ao céu sobe,

Leyendo el Werther, de Wilhelm Amberg, 1870.

E de novo tem

Que descer à terra,

Em mudança eterna.

Corre do alto

Rochedo a pino

O veio puro,

Então em belo

Pó de ondas de névoa

Desce à rocha liza,

E acolhido de manso

Vai, tudo velando,

Em baixo murmúrio,

Lá para as profundas.

Erguem-se penhascos

De encontro à queda,

— Vai, ‘spúmando em raiva,

Degrau em degrau

Para o abismo.

No leito baixo

Desliza ao longo do vale relvado,

E no lago manso

Pascem seu rosto

Os astros todos.

Vento é da vaga

O belo amante;

Vento mistura do fundo ao cimo

Ondas ‘spumantes.

Alma do Homem,

És bem como a água!

Destino do homem,

És bem como o vento!

Gesang der Geister über den Wasseran

Des Menschen Seele
Gleicht dem Wasser:
Vom Himmel kommt es,
Zum Himmel steigt es,
Und wieder nieder
Zur Erde muß es,
Ewig wechselnd.

Strömt von der hohen,
Steilen Felswand
Der reine Strahl,
Dann stäubt er lieblich
In Wolkenwellen
Zum glatten Fels,
Und leicht empfangen
Wallt er verschleiernd,
Leisrauschend
Zur Tiefe nieder.

Ragen Klippen
Dem Sturz entgegen,
Schäumt er unmutig
Stufenweise
Zum Abgrund.

Im flachen Bette
Schleicht er das Wiesental hin,
Und in dem glatten See
Weiden ihr Antlitz
Alle Gestirne.

Wind ist der Welle
Lieblicher Buhler;
Wind mischt vom Grund aus
Schäumende Wogen.

Seele des Menschen,
Wie gleichst du dem Wasser!
Schicksal des Menschen,
Wie gleichst du dem Wind!
– Johann Wolfgang von Goethe, em “Poemas” Goethe (Antologia).. [tradução de Paulo Quintela]. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1958.

O divino

Nobre Seja o homem,
Solicito e bom!
Pois isso apenas
O distingue
De todos os seres
Que conhecemos.

Louvemos os seres
Supremos, ignotos,
Que pressentimos!
A eles deve igualar-se o homem!
Que o seu exemplo nos ensine
A crer naqueles.

Pois insensível
É a Natureza:
O Sol alumia
Os maus e os bons,
E o criminoso
Vê como os melhores
Brilhar Lua e estrelas.

O vento e as torrentes
Trovão e granizo,
Desabam com estrondo
E atingem
No seu ímpeto
Um após outro.

Também a sorte anda
Às cegas entre a multidão
E escolhe, ora os cabelos
Inocentes do menino,
Ora a cabeça calva
Do culpado.

Grandes leis
Eternas, de bronze,
Regem os ciclos
Que todos temos de percorrer
Na nossa existência.
Divino
Mas só o homem
Consegue o impossível:
Pois sabe distinguir,
Escolher e julgar;
Por ele o instante
Ganha duração.

Só ele pode
Premiar os bons,
Castigar os maus,
Curar e salvar,
Unir com sentido
O que erra e se perde.

E nós veneramos
Os imortais
Como se homens fossem,
E em grande fizessem
O que em pequeno os melhores
Fazem ou desejam.

Que o homem nobre
Seja solícito e bom!
incansável, crie
O útil, o justo,
E nos seja exemplo
Daqueles seres que pressentimos! 

*

Das Göttliche 

Edel sei der Mensch,
Hilfreich und gut!
Denn das allein
Unterscheidet ihn
Von allen Wesen,
Die wir kennen.

Heil den unbekannten
Höhern Wesen,
Die wir ahnen!
Ihnen gleiche der Mensch!  
Sein Beispiel lehr uns
Jene glauben.

Denn unfühlend
Ist die Natur:
Es leuchtet die Sonne
Über Bös und Gute,
Und dem Verbrecher
Glänzen wie dem Besten
Der Mond und die Sterne.

Wind und Ströme,
Donner und Hagel
Rauschen ihren Weg
Und ergreifen
Vorüber eilend
Einen um den andern.

Auch so das Glück
Tappt unter die Menge,
Faßt bald des Knaben
Lockige Unschuld,
Bald auch den kahlen
Schuldigen Scheitel.

Nach ewigen, ehrnen,
Großen Gesetzen
Müssen wir alle
Unseres Daseins
Kreise vollenden.

Nur allein der Mensch
Vermag das Unmögliche:
Er unterscheidet,
Wählet und richtet;
Er kann dem Augenblick
Dauer verleihen.

Er allein darf
Den Guten lohnen,
Den Bösen strafen,
Heilen und retten,
Alles Irrende, Schweifende
Nützlich verbinden.

Und wir verehren
Die Unsterblichen,
Als wären sie Menschen,
Täten im Großen,
Was der Beste im kleinen
Tut oder möchte.

Der edle Mensch
Sei hilfreich und gut!
Unermüdet schaff er
Das Nützliche, Rechte,
Sei uns ein Vorbild
Jener geahneten Wesen!
– Johann Wolfgang von Goethe, em “Obras Escolhidas de Goethe – Poesia”. [tradução João Barrento]. Lisboa: Círculo de Leitores, 1993.

Este post tem 2 comentários

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